Como disseste que viria
Quando te vi pela primeira vez
Senti o impacto que em mim se fez
Meu chão, até então seguro e firme
Começou a tremer, hora de ir-me
Fugir não era minha intenção
Mas era meu instinto que gritava
Queria evitar outra decepção
Corre agora, vai-te embora, avisava
Mas aí, li as tuas poesias
Que dizem tudo o que penso
E que vou pensar um dia
Quando vi já era tarde
Prá consumar a minha covardia
Mas não lamento…
Fico! Mesmo sem consenso
Entre o que quero e o que acho que devia
Dias depois - e não por força do destino
Passei a noite te ouvindo falar
Com o entusiasmo de um menino
Não conseguia me afastar
Completamente boba, babando por ti
Tentando em vão disfarçar
Tudo aquilo que senti
Eu que há apenas poucos dias
Pedia que chegasse uma paixão
- Ela veio, como teu poema disse que viria -
Me encontrei de novo forte, cheia de tesão
Empolgada como uma guria
De quinze anos, do perigo sem noção
Mas também frágil, vulnerável, que agonia!
Morrendo de medo de receber um não
Ainda estou assim: abasbacada
Como fica toda pessoa apaixonada
Sem saber se bem me quer ou mal me quis
Mas percebi que o desfecho importa quase nada
O que interessa é que agora… Agora mesmo, estou feliz
Joice Lima junho/2007.
Chega de branco no preto
Preciso de teus dedos entrelaçados
Nos meus dedos
Para esquecer meus medos
Nem que seja nesta noite
De céu estrelado
Preciso de teus dedos entrelaçados
No meu emaranhado de cabelos
Forte, bem apertado
– vai, atende meu apelo -
Para lembrar que estou viva
E que todos meus anseios
De mulher e de guria
Vão embora comigo um dia
Viver para o amanhã é loucura
Chega de branco no preto!
Deixa pra lá a doçura
Que agora eu quero o salgado
Sexo não precisa de nexo
Vem pra mim seco
Que eu te deixo molhado
Vamos correr por aí
Abrir espaço no hoje
Para o arco-íris do inesperado
Joice Lima março/2007
segunda-feira, 21 de janeiro de 2008
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