quinta-feira, 1 de outubro de 2009

"Jogo da Velha" abafou no Cena Literária

Oi gente,
quem me conhece sabe que não sou de me gabar, mas justiça seja feita.
Ontem apresentamos a esquete "Jogo da Velha", baseada no capítulo homônimo do meu livro autobiográfico "Uma gaúcha em Madri", no Cena Literária - projeto da Secretaria de Cultura de Pelotas que visa diminuir as distâncias entre obras da literatura em língua portuguesa e o teatro - e a apresentação superou as expectativas.
Começou por volta das 18h30min, no foyer do Theatro Sete de Abril. A sala estava lotada - dizem que havia umas 80 pessoas - e o público pareceu se divertir com o esquete encenado pela Ana Alice Müller no papel da velha rabugenta "Señora Verdugo" e Lucia Berndt interpretando a mim mesma, Joice, além de mim mesma em um papel secundário.
O trabalho foi montado pela primeira vez em novembro de 2008, no lançamento do meu livro, quando convidei as gurias, que são minha colegas de aula e também amigas, para montarem alguma coisa para a divulgação da obra.
Como uma delas, a Stael Madureira, foi de muda para Curitiba, a Lucia e a Ana me convidaram para assumir o papel da Bertha, uma amiga peruana que morava na mesma pensão que eu, em Madri, e que me conseguiu o emprego na casa da velha carrasca (Verdugo).
A experiência foi muito bacana.
Faço teatro há... Bom, vários anos, e esta foi a primeira vez que vejo um episódio da minha própria vida sendo encenado. A sensação é muito maluca. Maluca boa.
Nós gravamos o esquete e o bate-papo com o público, que houve após a apresentação - espero postar aqui no blog em breve.

Viciada

Sou dependente confessa
Da dose diária do teu amor
O que será de mim sem ti?
Vazio, agonia, dor...

Me traz água com tua boca
Mata minha sede de ti
Mi chico me vuelve loca
Como me encanta estar así


Se quiseres ir embora
Sofro, porém te deixo partir
Não suportaria nem uma hora
Saber que estás e queres ir

Mas enquanto me quiseres
Vou curtir cada momento
Tua presença é um presente
Tua ausência, um tormento

Se é amor, paixão, necessidade
Não importa, ?que mas dá?
Vou matar minha saudade
Ficar contigo enquanto dá

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Homem menino

Um poço de ternura
Vulcão em erupção
Menino de imensa doçura
Homem que acende a paixão

É tão bom estar contigo
Que tudo é insuficiente
Teu abraço é meu abrigo
Já estou impaciente

Me faz sentir protegida
Nunca antes tão amada
Tem mais sentido a vida
Teu peito é a minha casa

Quando dizes “eu sou teu”
Amoleço, viro um nada
Ainda bem, meu Romeu
Que sou tua namorada

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Teu rosto

Fecho os olhos
Enxergo teu rosto
Abro os olhos
Tua face ainda vejo
Ai, acaba com minha agonia
Faz real a fantasia
Satisfaz esse desejo
Põe teu rosto diante do meu
Aí, já que estás mesmo ali
Te aproveitas... Dá-me um beijo

Junho 2007

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Meninas na janela


Esta foto da Fernanda Tomiello foi batida durante um passeio que fizemos em novembro de 2008, na Colônia Maciel. Dois dias inesquecíveis no reduto do Marco Gottinari.
Ideal para quem gosta de paz, natureza, ar puro, cascata, muito verde e comida caseira de primeira. Sem falar que os anfitriões, o Marco e a Marta, são maravilhosos.
Se ainda não conhece, fica a dica. Tudo de bom.
Na foto, minhas filhas, Paula e Anne.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Irremediavelmente romântica, graças a Deus























Pode me chamar de romântica
De atrasada, de quadrada
E se achar que ainda é pouco
Me chama de retardada

Tanto faz

Quero viver uma estória diferente
Idealizada? Irreal? Incoerente?
Pode ser, mas não vou me contentar
Com morno, eu quero quente!

Será que é muito pedir verdade?
Querer viver uma grande paixão?
Encontrar alguém que entre na estória sem maldade
Que mergulhe de cabeça, entregue o coração?

Alguém que ame o que sou – ai que horror!
Com todos meus defeitos, que não são poucos, receio
Sem medo de viver um grande amor
Sem medo de se doar por inteiro

Conversar horas a fio, pela madrugada
Embalados por uma boa bebida
Falar de sonhos, de planos, de nada
Do que é, do que não é, do que podia ser a vida

Alguém pra compartilhar as bobagens
O bom ou o ruim acontecido
Dividir problemas, neuras, “viagens”
Pode até ser divertido

Alguém pra dormir toda noite ao meu lado
Que queira ver meu rosto ao raiar de cada dia
Ouça na minha voz a mais doce melodia
“O café pode esperar... Vamos ficar abraçados”

Alguém que queira estar ali
Mesmo na hora em que estou triste
E não se assuste, nem dispare
Quando tenho o dedo em riste

Porque brigar todo mundo briga
E tudo jamais será perfeito
O importante é superar as feridas
Deixá-las pra trás, sem perder o respeito

E cada vez que eu tiver uma vitória
Ele estará na primeira fila, me aplaudindo
Será também sua, a minha glória
Sorrirá por dentro, ao me ver sorrindo

Porque quem ama de verdade, 100%
Fica feliz pelo outro, vibra quando algo dá certo
Não sente despeito, nem inveja o seu momento
Quer acompanhar sua alegria de perto

Tá, já sei, estou sonhando, mas não insista
Deste palco de ilusões não quero sair jamais
Pode ser que o que eu peço não exista
Sou romântica? Iludida? Tanto faz
Eu quero tudo, sim, eu quero é mais
E não vou aceitar menos: quero ser protagonista!


Joice Lima – 25.08.2009

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Do livro Leite derramado, do Chico Buarque



"E corava pouco a pouco até ficar bem vermelha, como se em dez minutos passasse por seu rosto uma tarde de sol"

Algumas frases valem por um livro inteiro.
De qualquer forma, estou lendo e curtindo muito, o livro é pura poesia.
Além de compor letras maravilhosas, o cara sabe escrever.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Do filme "Muito bem acompanhada"


"Sou alérgico a amaciante. Odeio anchovas. Acho que sentiria saudades de você mesmo que nunca tivéssemos nos conhecido"
Nick fala de si mesmo para Kat


"Na noite passada, quando brigamos, eu pensei que tudo tinha acabado e eu ia simplesmente ir embora mas... Então me dei conta de que preferiria brigar com você do que fazer amor com qualquer outra pessoa"
Nick e Kat fazem as pazes

(The wedding date)

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Frase memorável do professor Adriano Moraes

"Aqui ele (Stanislavski) está propondo que se faça teatro como se faz amor: inteiro, entregue, com devoção, dedicação..."

A frase foi dita hoje (1º de julho de 2009), em uma aula de Interpretação Teatral I no terceiro semestre de Licenciatura em teatro da UFPel, na qual o grupo discutia as teorias stanislavskianas.

A dama das camélias (Alexandre Dumas Filho)


Frases emoráveis (e belíssimas!)

“Pensei no que seria de mim se nunca mais te visse. E o mundo ficou vazio de repente... Porque se eu te conheço há poucos dias, Margarida, há dois anos que eu te amo...”
Armando Duval

“Eu sonhava, sem dizer nada a ninguém, encontrar um homem que fosse capaz de não me pedir satisfação e quisesse ser o amante das minhas emoções"
Margherite Gauthier


“Aconteça o que acontecer, nada apaga da memória a criança que um dia fomos”
Margherite Gauthier

“A inocência das mulheres pertence ao primeiro amor, e não ao primeiro amante”
Gustavo

“Já fiz gastarem em flores mais dinheiro do que seria preciso para sustentar uma família durante um ano. Agora, uma só flor que Armando me deu esta manhã basta para perfumar todo o meu dia”
Margherite Gauthier

“O tempo em que a morte é uma felicidade” Jorge Duval – referindo-se à velhice

“É o mesmo coração que no filho ama os pais acima de tudo, que no marido ama a mulher acima dos pais e que mais tarde no pai, ama os filhos mais do que os pais, a mulher e as amantes” Jorge Duval

segunda-feira, 22 de junho de 2009

A partir de hoje sou jornalista!*

Oba! Achei uma profição! Até ontem, eu fazia uns bico aqui, outros ali, mas não tinha uma profição, sabe como é? Pois agora sou jornalista. Na verdade, eu sempre quis ser jornalista, só não tinha tempo, grana, nem paciênsia para fazer uma facudade. Que saco! Modéstia à parte, acho que escrevo direitinho, faço até umas rima de vez em quando. E agora, graças a Deus, ou melhor, graças ao supremo tribunal federal, qualquer um pode ser jornalista, sem esta frescura burocrática de diploma. Diploma pra quê? Qualquer pessoa pode escrever para um jornal, juntar meia dúzia de ideia e fazer uma matéria. Até meu sobrinho de sete ano faz isso. Desdi quando é precizo estudar um montaréu de ano, frequentar horas e horas de sala de aula, ler uma tonelada de livro e texto, pesquizar, discutir, refletir a profição e o papel do jornalista?! Que papagaiada! Balela da braba. Para que complicar tudo com essas babozeira de “jornalismo responsáveu”, sigilo de fonte, ética proficional e, a pior de todas, checar informação. Quem preciza disso? Se alguém falou é por que é verdade - é ou não é? - não diz o velho ditado que “a voz do povo é a voz de Deus”? Pois é, para que perder tempo conferindo informação?! E se não for mesmo verdade, também não tem tanta importânsia assim, afinal o que sai no jornal de hoje amanhã já é esquecido e aquele amontoado de letra só serve mesmo para queimar na lareira ou para limpar o... Você sabe.
Confesso que quando a obrigatoriedade do diploma foi pra ser votado no supremo fiquei meio cabrero... Cheguei a duvidar se os ministro iam mesmo acabar com essa palhaçada de diploma – afinal os cara podiam querer complicar a nossa vida. Sabe como é, tinha um discurso rolando por aí sobre qualidade da informação. Ha ha. Os ministro não deram a mínima pra isso. Fassilitaram tudo. Viva eles!!
A partir de agora, já que não vão poder exigir o canudo, vou entrar em tudo que é concurço público pra jornalista. Daqui a pouco, do geito que as coisa tão andando, garanto que nem redação vai ter nas prova, aí é só marcar cruzinha, faço um “uni-duni-tê”... Quem sabe numa dessas me dou bem? Agora, fala sério, quem vai se dar bem “mesmo” com os concurço público vai ser o governo, que vai faturar uma banana com milhares de inscrito tentando uma boquinha.
Póço não sê muito culto, mas trouxa eu não sou e sei muito bem que quem vai sair ganhando nessa istória toda são os jornal, pelo menos aqueles que não insistirem nessa balela de qualidade - afinal vão poder pagar muito menos pros jornalista... Tô sabendo que o salário não é lá essas coisa - o piso de jornalista no interior do Rio Grande do Çul hoje é de R$ 1.158,48 enquanto que o de cobrador de ônibus, em Pelotas é de R$ 1.600,00 – e vai cair ainda muito mais. Afinal a oferta de mão-de-obra vai se quadriplicar e só vai conseguir emprego quem aceitar menos. Por mim tudo bem. Ué, o Lula estudou só até a quarta série e não chegou a presidente? Também confio no meu taco. Comesso como repórter e garanto que daqui a pouco já sou promovido a editor.
A partir de agora, quando me perguntarem minha profição, posso encher o peito e dizer: sou jornalista, por que? E ninguém vai poder diser que eu não sou. O melhor de tudo é que com essa decizão do supremo daqui uns anos mais vai tá todo mundo no mesmo nível do presidente e ninguém mais vai se achar no direito de criticar os comentário do meu companheiro.
Desculpa aí qualquer errinho nas minhas linha - tô praticando para a minha primeira matéria.

Joice Lima – jornalista diplomada MTB 025029
*Este texto é contraindicado a quem não sabe distinguir ironia de seriedade.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Assassinaram nosso diploma

Estamos em choque.

De que outra maneira poderíamos reagir à decisão, de oito votos contra um, do Supremo Tribunal Federal, de derrubar a obrigatoriedade do Diploma de Jornalismo no exercício da profissão no nosso País? Confessamos, os abaixo assinados, que não tínhamos dado a devida importância à discussão da pauta. Por que, você pode se perguntar, já que se trata de um assunto de tamanha seriedade? Simples. Porque para nós parecia tão, mas tão absurdo considerar tal retrocesso – embora a história nos mostre que o bicho-homem anda em círculos e, volta e meia, teima também em andar pra trás – que ficava difícil levar o tema a sério, mais parecia uma grande piada... De mau gosto, obviamente. Não imaginávamos, nem em nossos piores pesadelos, que isso pudesse realmente acontecer. Mas aconteceu.

A decisão do STF equivale a dizer que um Diploma de Jornalismo não tem nenhum valor. Que qualquer pessoa que “goste” de escrever e “ache” que escreve bem poderá autointitular-se jornalista e ocupar cargos que eram exclusivos a profissionais que antes de assumir tal responsabilidade – e aqui nos referimos ao Jornalismo Responsável, uma das lições básicas da faculdade - precisavam passar por uma série de disciplinas obrigatórias, exigidas nos cursos de Jornalismo, tais como Teoria da Comunicação, Redação (I, II e III), Legislação Ética, Sociologia, Ciência Política, Comunicação Comunitária, Semiótica, entre tantas outras. Então, os senhores ministros acreditam que a formação acadêmica é importante, porém descartável?!

Somos conscientes de que os currículos universitários são falhos, que precisam ser revistos e atualizados... Somos conscientes de que há profissionais com graduação superior em Jornalismo que são péssimos jornalistas e envergonham a categoria. Mas estes ainda são uma minoria. A exigência do Diploma é justamente uma maneira de limitar o acesso deste tipo de profissional. Se o Diploma não for obrigatório, onde vai parar a qualidade do Jornalismo? Vamos passar a nivelar por baixo?

Um dos argumentos do ministro Gilmar Mendes refere-se à liberdade de expressão. Ora, se ele não sabe a diferença entre liberdade de expressão e Jornalismo, não deveria estar ocupando uma cadeira de tamanha importância. O excelentíssimo ministro se acha no direito de comparar a profissão de jornalista à de cozinheiro? Sem comentários. É desesperador constatar que o reconhecimento de nossa profissão esteve nas mãos de um grupo de senhores ignorantes, aptos por lei a julgar méritos que, obviamente, desconhecem.

Frustração. Raiva. Tristeza. Estamos de luto. Assassinaram o nosso diploma. Queremos que a Justiça seja feita. Mas por quem, quando foi a própria Justiça que o matou?!

Jornalistas profissionais diplomados

Alessandra Meirelles – MTB 10052

Joan Vieira da Cruz – MTB 8902

Joice Lima – MTB 025029

Laura Alam – MTB 1928

Luiz Baquini – MTB 6161

Estudantes de Jornalismo

César Soares – UCPel

Gabriela Gidi dos Santos – UCPel

Hélen Albernaz – UCPel

Rafael Marins Amaral – UCPel

Sandra Lima - UCPel

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Comentários sobre "Uma gaúcha em Madri"

Olá minha cara, terminei de ler o teu livro, para mim também foi uma viagem, lembrei de muitas coisas que aconteceram comigo na mesma época, a historia foi escrita de forma leve e bem humorada, era como se tu tivesse me contando numa mesa de bar, lembrei até do tom da tua voz e a forma de falar, obrigado por ter me permitido conviver contigo por alguns dias!
Um abração! (19.01.09)
Gerson Marques, artista plástico, Santa Maria


Tô lendo "Uma Gaúcha em Madri" e estou adorando. Parece sim que você está sentada ao lado contando. É muito bom e emocionante. Tenho a sensação de estar vendo as cenas. Estou sem tempo e não consigo parar de ler. Tô perdendo outros compromissos, porque não percebo a hora passar. Você escreve muito, muito bem. Quem me dera escrever tão bem assim. (24.01.09)
Oi Joice, minha amiga querida. Terminei de ler o seu livro, que gostei muito, muito mesmo. Como você escreve bem e consegue prender a atenção do leitor do começo ao fim. Por favor continue escrevendo. São muitas histórias, aventuras, crescimento e amadurecimento. E muita coragem de se jogar na vida. Eu sempre me achei meio medrosa demais. Me deu um pouquinho de inveja, da sua coragem de ir atrás daquilo que quer. Acho que viver é isso, experimentar o novo sempre. (31.01.09)
Terezinha Malaquias, modelo vivo e atriz, Freiburg (Alemanha)

domingo, 11 de janeiro de 2009

À procura


Procuro um amor
Que encontre alegria no meu sorriso
Que seja um amante em brasa e, se preciso
Apenas um amigo, um apoio, um calor

Procuro um amor
Que saiba rir de seus próprios fracassos
E por mais que seja um saco
Me deixe chorar, quando preciso for

Procuro um amor
Que penteie meus cabelos
Massageie meus pés
Mas também me surpreenda!
Por vezes ouça meus apelos
Outras, não os atenda
Que seja ora meu escravo, ora meu senhor

Procuro um amor
Que me ajude das tragédias achar graça
A colocar cada coisa em seu lugar
Me recorde que cedo ou tarde tudo passa
Seja com sorte, seja com azar
Alguém que delimite o espaço da dor

Procuro um amor
Que me beije na boca em plena calçada
Segure minha mão no escuro do cinema
Sem ligar se é idéia ultrapassada
Não ache que romantismo é problema
O que importa é o que se sente, é o ardor

Procuro um amor
Que respeite meu lado pop, trash, canastrão
Me deixe assistir as previsíveis novelas
Sem sentir-se preterido por elas
Ria comigo das aventuras dos famosos em confusão
Contadas nas revistas de quinta, sem nenhum valor

Procuro um amor
Com quem tenha afinidades, mas também diferenças
Que veja nelas um charme a mais, um aliado
E não defeitos a serem consertados
Que deseje a minha presença
Mesmo que eu tenha um olhar reprovador

Procuro um amor
Que na hora de dormir me abrace bem apertado
E deixe seus pés aos meus entrelaçados
Que este é um dos maiores baratos
De se ter um grande amor

(Começou a ser escrito numa noite de trabalho, enquanto cobria o Carnaval de Rua de Pelotas na antiga Viação Férrea, em fevereiro de 2007; foi concluído algumas semanas mais tarde)

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Paquera de bar

Um entrecot na chapa
Um pouco de álcool no sangue
- sempre ajuda no arranque -
Ar de quem não quer nada
Parecendo divertida
Música anima a galera
Quem está de paquera?
Só estou aqui pela comida!

Mesas cheias
E um imenso vazio
Por que, se faz calor
Eu sinto tanto frio?

Fingindo estar a esmo
Todos procuram o mesmo
Mas se fecham num nó
Companhia, aceitação
Sentir-se amado
Terminar a noite só
É ter fracassado
Por que dói tanto a solidão?

Ah, minhas queridas
Se os homens pudessem imaginar
O poder de um olhar
Estaríamos perdidas

Os feios se torturam sem razão
Obcecados por beleza
Se olvidam, os pobres, que sedução
É uma destreza

Uma simples mirada
Pode jogar na cama
A mulher mais recatada
Que em certos casos nem reclama
Sequer, de ser atada

Uma mão na coxa
Sem convite, só um flerte
A ousadia vale mais
Que um par de olhos verdes

Me agarra com força
Que eu fico molhada
Não me fascinam os músculos
É a atitude que me deixa em brasa

Na areia da praia, de pé atrás da porta
No banco do carro ou no motel
A geografia do desfecho pouco importa
Mas, com certeza, o prazer foi todo meu

(Escrito em 28.06.2006)

Comentário sobre o livro veiculado no site A Metade Sul

"Uma Gaúcha em Madri", uma escritora entre nós
Tenho várias lembranças da Joice, entre as mais antigas estão as do tempo em que atuava no grupo de teatro do Cefet na montagem da peça Em Nome de Francisco, cujo tema é a vida e obra do poeta Lobo da Costa, com texto e montagem de Valter Sobreiro Júnior.Eu fazia a fotografia da peça e viajei com o grupo por várias cidades , inclusive Montevideo. Junto com o espetáculo ia minha exposição que entitulei Evocação do Poeta: Cena e Bastidores.
Uma lembrança bem recente é de uma noite no Dom da Palavra onde cheguei para conversar com o José Vidal e encontrei a Joice muito concentrada no recital de poesias que estava programado.Num dado momento foi até à frente, no local destinado aos músicos, e recitou algumas poesias, suas e de outros autores. Saiu-se bem pois além das poesias serem boas ela é atriz e tem controle da voz e dos gestos.
Mas, entre estes dois momentos, a surpresa que a Joice me preparou foi ter se revelado escritora.
Primeiro, impulsionada pela brisa que representou o José Vidal no campo editorial pelotense, teve publicado a novela Amor Doentio de Mãe.
E agora, bem recentemente, os relatos de viagem intitulados Uma Gaúcha em Madri.
Em pouco tempo, a atriz de teatro, a jornalista, a “aventureira”, já conquista um espaço numa área na qual não são tantos os que se lançam com a desenvoltura que ela demonstra.
(Texto de Paulo Renato Baptista, publicado no site dele www.ametadesul.com em 06.01.2009)

domingo, 4 de janeiro de 2009

O pingo de tinta

Um pingo de tinta preta
Cai numa folha em branco de papel
E as idéias que tinha na ponta da caneta
Ficam enuviadas, como envoltas em um véu

Por que foste aí cair, pingo maldito
E atrapalhar o meu "quase certo" escrito?
Estúpido acidente, erro horrendo
Que me fez perder a folha e o pensamento
Só te resta uma sentença: vais pro lixo!

Mas aí, assim do nada
Me surge uma idéia nova, inesperada:
O julgamento foi precipitado!
O ponto que ali se encerra
Não mostra o fim àquele que erra
Mas o vasto mundo do imprevisto a ser explorado

(Setembro/2006)