quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Paquera de bar

Um entrecot na chapa
Um pouco de álcool no sangue
- sempre ajuda no arranque -
Ar de quem não quer nada
Parecendo divertida
Música anima a galera
Quem está de paquera?
Só estou aqui pela comida!

Mesas cheias
E um imenso vazio
Por que, se faz calor
Eu sinto tanto frio?

Fingindo estar a esmo
Todos procuram o mesmo
Mas se fecham num nó
Companhia, aceitação
Sentir-se amado
Terminar a noite só
É ter fracassado
Por que dói tanto a solidão?

Ah, minhas queridas
Se os homens pudessem imaginar
O poder de um olhar
Estaríamos perdidas

Os feios se torturam sem razão
Obcecados por beleza
Se olvidam, os pobres, que sedução
É uma destreza

Uma simples mirada
Pode jogar na cama
A mulher mais recatada
Que em certos casos nem reclama
Sequer, de ser atada

Uma mão na coxa
Sem convite, só um flerte
A ousadia vale mais
Que um par de olhos verdes

Me agarra com força
Que eu fico molhada
Não me fascinam os músculos
É a atitude que me deixa em brasa

Na areia da praia, de pé atrás da porta
No banco do carro ou no motel
A geografia do desfecho pouco importa
Mas, com certeza, o prazer foi todo meu

(Escrito em 28.06.2006)

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